Se você é um amante da natureza e está em busca de uma aventura inesquecível, o Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (Petar) é o destino perfeito para você.
Localizado no sul do estado de São Paulo, o Petar é um verdadeiro tesouro escondido, repleto de belezas naturais e atividades emocionantes.
Com mais de 350 cavernas, cachoeiras deslumbrantes, trilhas exuberantes e uma biodiversidade impressionante, o parque oferece uma experiência única para os visitantes.
Neste artigo, vamos explorar as principais atrações do Petar, dicas de como se preparar para a viagem e o que esperar ao se aventurar por este paraíso natural.
Prepare-se para descobrir um mundo subterrâneo fascinante, mergulhar em águas cristalinas e se encantar com a rica fauna e flora da região. Venha conosco e desvende os segredos do PETAR!
A distância entre São Paulo e o Petar (Parque Estadual do Vale do Ribeira) é de cerca de cinco horas, sem contar as paradas.
Três dias, na minha opinião, são suficientes para conhecer muitas cavernas e cachoeiras, e vale muito a pena!
A jornada começa rumo ao Petar
Saímos de Santos bem cedo e, no caminho, perto da cidade de Iporanga, em Eldorado, fomos surpreendidos pela paisagem de quilômetros e quilômetros de plantações de banana.
Chegamos ao Petar antes das 12 horas, com tempo suficiente para almoçar no centro da cidade.
A importância de um guia local quando se chega ao Petar
Não aconselhamos visitar o Petar sozinho. O indicado é contratar um guia local, e nossa indicação fica para o querido Milsinho (Jamilson Motta), que tem raízes familiares na cidade.
A atmosfera do local é típica de uma cidade do interior, onde todos se conhecem, inclusive os cachorros, que frequentemente nos acompanhavam em trechos das caminhadas até as cavernas.
Um guia é essencial, pois ele fornece capacetes (acredite, isso evita muitos galos na cabeça!) e luzes de LED acopladas para iluminar o interior das cavernas.
Antigamente, usava-se carbureto, um produto que, em contato com a água, emitia um gás que gerava uma chama. No entanto, isso manchava as estalactites e estalagmites, além de fornecer uma iluminação fraca.
Hoje, com as luzes de LED, o interior das cavernas se tornou muito mais bonito e impressionante.
Acomodações na Pousada Rancho da Serra
Ficamos na Pousada Rancho da Serra, em quartos para quatro pessoas.
Há um banheiro dentro do quarto e três banheiros externos que também podem ser usados para tomar banho.
A água é quente o suficiente, e o café da manhã é excelente. Eles oferecem sacolas de lanches para levar nas trilhas, que você pode encomendar com sanduíche, bolacha doce, suco e uma fruta.
Apesar de ser julho, não passamos muito frio.
O que levar na mala
Ao preparar a mala, inclua roupas que sequem rapidamente, como as de nylon. Certamente, o tênis ou sapato de trilha vai molhar; então, se possível, leve um par extra para trocar.
Usei o mesmo par por dois dias e, para diminuir a sensação de desconforto ao colocar o tênis molhado, usei um plástico sobre as meias.
Quando o tênis molhar durante a trilha, retire o plástico e guarde-o na mochila para descartá-lo posteriormente em um local adequado.
Uma pochete usada enviesada no tronco é útil para carregar o celular e agilizar na hora de tirar fotos, além de proteger o aparelho ao entrar em uma caverna onde o nível da água chega até o tronco.
Leve também uma mochila para transportar comida, água, blusas que você vai tirando à medida que o dia esquenta, filtro solar e repelente, se for época de calor.
Mochilas com reservatório de água são úteis, mas o mais importante é que elas tenham tiras que se abrem e fecham facilmente, para não penderem para o lado durante a caminhada.
Certifique-se de que o sapato ou tênis de trilha não esteja com a sola muito gasta, pois as pedras podem ter limo e ficar escorregadias. Boné e óculos de sol também são recomendados.
Para os lanches nas trilhas, leve sementes como castanhas e frutas secas, que são práticas e ajudam a quebrar o jejum.
Recentemente, temos levado whey protein para saciar a fome por mais tempo.
Os Núcleos de visitação do Petar
O parque possui quatro núcleos de visitação estrategicamente localizados:
- Núcleo do Ouro Grosso,
- Núcleo Caboclos,
- Casa de Pedra,
- Núcleo Santana.
Uma das cavernas possui a maior boca de entrada do mundo, com 215 metros. Os monitores devem ser credenciados.
Na época em que visitamos, segundo o site oficial, havia 12 cavernas abertas à visitação, com ingressos a R$ 19,00 por pessoa (isenção para maiores de 60 anos e menores de 12 anos, e 50% de desconto para estudantes).
Explorando o núcleo Ouro Grosso
Em nosso primeiro dia no Petar, visitamos o Núcleo Ouro Grosso.
As cavernas da região já foram o fundo de um oceano; com a pressão de milhares de anos sobre os sedimentos, formou-se a rocha calcária.
O maciço original dessa rocha sofreu a ação da água, dando origem às cavernas, que possuem entrada e saída.
O fluxo da água formou rios e até cachoeiras dentro das cavernas, ajudando a esculpir as maravilhosas estalactites e estalagmites.
A vegetação também influência nesse processo; sem vegetação para diminuir o impacto da água na pedra, as rochas podem adquirir formas pontiagudas e ranhuras laterais.
Durante a caminhada, tivemos que passar por em uma árvore chamada pau-d’alho, que estava apoiada na rocha para não cair.
A entrada estreita da Caverna Ouro Grosso já despertava o nosso senso de aventura.
As pedras úmidas e esculpidas, e a sensação de passar por estreitos trajetos, nos faziam sentir como Indiana Jones, rendendo muitas risadas.
É lindo caminhar entre as rochas e ver o fluxo de água; parecia outro planeta.
Até que chegamos a um bolsão de água gelada com uma pequena queda d’água. Quem seria corajoso o suficiente para tirar o capacete e mergulhar? Eu tentei, mas só consegui molhar até a cintura – estava muito frio!
Aventura na caverna Alambari de Baixo
Após essa empolgante experiência, visitamos a Caverna Alambari de Baixo.
O nível dessas trilhas é fácil. Nesta caverna, você só se molha no final (cuidado com o celular, pois a água chega quase ao pescoço).
Nosso guia nos convidou a desligar a luz do capacete para sentir a escuridão total dentro da água. A experiência é única, mas eu descobri como adoro minha casinha quentinha e iluminada!
O Segundo dia: Mirante Rosa dos Ventos e Trilha do Betari
No segundo dia, começamos com um lindo dia de sol e fomos ao Mirante Rosa dos Ventos.
No chão, há uma figura de uma estrela de oito pontas. Se você se sentar no centro, escuta o eco da sua própria voz.
Do mirante, é possível avistar o próximo destino: a Trilha do Betari, considerada de nível médio.
O Rio Betari é lindo, com pedras e vegetação que formam um verdadeiro jardim.
A água é cristalina, e em alguns trechos, devido ao calcário depositado, ela adquire um tom azul. Há samambaias gigantes, e, com sorte, é possível avistar macacos no alto das árvores.
Pelo caminho, às vezes, vemos palmeiras torcidas pelos espertos macacos, que utilizam essa estratégia para comer o palmito do tronco.
Cachoeiras e Mais Aventuras
Depois de algum tempo, tivemos uma surpresa: a Cachoeira das Andorinhas!
Fizemos uma parada para um lanche e tiramos fotos. Não dá para nadar, pois além de ser fria, a queda d’água é muito forte.
A apenas 100 metros dali, encontramos a Cachoeira do Beija-Flor, que possui uma piscina natural. Conhecemos também a Caverna do Cafezal, que se destaca por suas delicadas agulhas rosadas nas estalactites, conhecidas como flores de aragonita.
Em seguida, fomos à Caverna da Água Suja. Apesar do nome, a água é clara e azul, com peixes semelhantes a bagres no interior.
O teto da caverna é monumental, e podemos imaginar figuras esculpidas, como um golfinho, nas rochas.
O Terceiro Dia: Núcleo Santana e Encerramento
No terceiro dia, visitamos o Núcleo Santana, onde percorremos trajetos sobre a água dentro da caverna e admiramos belos espeleotemas, que lembram bolos de noiva.
Vimos também veios brancos serpiginosos no chão, chamados travertinos, que são sais calcificados.
Em alguns pontos, é possível criar sons ao bater as mãos nas placas de rochas que parecem lençóis balançando ao vento, saindo do teto.
Algumas placas são tão finas que permitem a passagem da luz das lanternas, criando um belo efeito de pano com fundo amarelado.
Algumas formações possuem pontos muito brilhantes, que lembram cristais.
Na maioria das vezes, o acesso às cavernas é permitido apenas nas áreas próximas à entrada, mas algumas cavernas se estendem por vários quilômetros.
Na Caverna de Morro Preto, por exemplo, podemos observar os desmoronamentos, com pedras caídas no chão.
Finalmente, visitamos a Caverna do Couto, que possui uma cachoeira convidativa para um banho refrescante.
Considerações finais sobre nossa viagem ao Petar
Se você tem uma lista de coisas para fazer antes de morrer, como no filme “Antes de Partir”, recomendo que inclua a visita às cavernas do Petar.
É um passeio relativamente próximo de São Paulo e uma experiência inesquecível!