Hoje vamos falar sobre a Croácia e as belezas do mar adriático.
A Croácia é um destino de tirar o fôlego, especialmente para aqueles que a exploram por meio de um cruzeiro.
Este país encantador, localizado na Europa Central e Oriental, é conhecido por sua costa deslumbrante ao longo do Mar Adriático, suas cidades históricas e suas paisagens naturais impressionantes.
Ao navegar pelas águas cristalinas do Adriático, os viajantes são recebidos por uma vista panorâmica de ilhas pitorescas, enseadas escondidas e praias de areia branca.
Explorar a Croácia de cruzeiro permite aos viajantes desfrutar de uma perspectiva única e relaxante, enquanto descobrem as joias escondidas deste país fascinante. Com sua combinação de beleza natural, história rica e cultura vibrante, a Croácia é, sem dúvida, um destino que encanta e inspira todos os que a visitam.
Nosso cruzeiro aconteceu em agosto de 2024, de 10 dias, para conhecer a Croácia e Kotor, em Montenegro.
Começando nossa jornada em Trieste
A primeira parada foi em Trieste, que nos surpreendeu com suas ruas muito limpas e organizadas.
Perto do desembarque do navio, encontramos a praça Unity of Italy Square, que abriga vários prédios com arquitetura imponente, de frente para o mar.
Trieste foi fundada pelos romanos no século II a.C. e, ao longo dos séculos, sofreu diversas influências culturais e políticas. No século XVII, a cidade se tornou um importante porto do Império Austro-Húngaro, o que impulsionou seu desenvolvimento econômico e cultural, tornando-se um centro comercial relevante.
Após a Segunda Guerra Mundial, Trieste foi dividida em duas zonas de ocupação, uma administrada pela Iugoslávia e outra pela Itália.
Em 1954, após um acordo, a cidade voltou a ser parte da Itália. Esses fatos são interessantes porque Trieste não parece ser exclusivamente italiana, mas sim uma cidade cosmopolita.
Passeamos pelas ruas ao longo do Canal Grande, admirando os barcos e as construções.
Alugamos uma bicicleta e fomos até o Castelo de Miramare. Esse passeio foi incrível, pois, nessa época do ano, as praias estavam adornadas com muitas flores ao longo das calçadas. Para acessar o mar, que tem muitas pedras em vez de areia, há plataformas de cimento com escadas.
O Castelo de Miramare é deslumbrante, com seus jardins tão maravilhosos que é difícil decidir o melhor lugar para tirar fotos.
Recomendo fortemente alugar uma bicicleta para chegar até lá. Da praça até o castelo é um percurso rápido e plano; é preciso apenas ter cuidado em alguns pontos onde passam carros, mas não achamos perigoso.
E como fica o “pós-bicicleta”?
Após devolvermos as bicicletas, caminhamos até a Catedral de San Giusto, que fica no alto de uma colina com escadarias (neste ponto, a bicicleta atrapalharia). No caminho, vimos um coliseu romano com escavações adornadas por lavandas ao redor.
Voltando ao navio, partimos em direção à Croácia.
Desde a Copa de 2018, todos ficaram curiosos para conhecer o país do jogador de futebol Luka Modric, que inclusive é garoto-propaganda de uma rede de supermercados local.
A Croácia está localizada junto ao Mar Adriático, no sudeste da Europa, e faz fronteira com a Eslovênia, Montenegro, Sérvia e Bósnia-Herzegovina.
Um pouco de história sobre a Croácia
Inicialmente, a Croácia fez parte do Império Romano até ser invadida por tribos bárbaras no século V.
Durante a Idade Média, integrou o Império Otomano, antes de se tornar parte do Império Austro-Húngaro no século XIX.
Após a Primeira Guerra Mundial, a Croácia, junto com os sérvios e eslovenos, formou o Reino da Iugoslávia.
Em 1991, tornou-se um país independente e atualmente é uma democracia parlamentar, tendo se juntado à União Europeia em 2013.
Por estar situada junto ao Mar Adriático, a Croácia sempre teve interesse em proteger as rotas marítimas, que eram muito importantes para potências como Veneza e o Império Otomano.
Nossas impressões sobre Dubrovinik
A primeira cidade que visitamos na Croácia foi a famosa Dubrovnik.
Sim, aquela do Game of Thrones! Com ruas estreitas de pedra calcária, construções claras e muralhas altas, Dubrovnik seria uma escolha óbvia para qualquer filme medieval. Após o sucesso da série, o turismo se tornou uma das principais atividades econômicas da Croácia, respondendo por 19,6% do PIB em 2018.
Dubrovnik, que significa “bosque de carvalhos” e já foi chamada de Ragusa, surgiu no século VII, tornando-se um importante centro cultural e comercial no Mar Adriático.
No século XIII, Dubrovnik se tornou uma república independente governada por uma assembleia de nobres, sempre valorizando a liberdade (a escravidão foi abolida em 1418!).
As muralhas de pedra calcária, que conferem à cidade uma tonalidade bege que contrasta com o mar azul, foram erguidas a partir do século XIII, chegando a 25 metros de altura.
Descobrindo a Croácia caminhando
Caminhar pelas muralhas e imaginar um defensor da cidade atento aos invasores é uma experiência única.
No entanto, a presença de varais com roupas dos moradores e pequenos jardins junto aos muros nos faz lembrar que já não há risco de invasão. Até uma quadra de basquete improvisada pode ser vista das muralhas.
Dubrovnik foi uma cidade muito cobiçada por Veneza e pela Turquia, o que exigiu o desenvolvimento de técnicas avançadas de construção naval.
Vale a pena visitar o museu dentro das muralhas, que conta um pouco sobre a construção dos navios.
Embora o museu não tenha ar-condicionado, as paredes grossas mantêm o interior fresco. Fiquei impressionado com as técnicas e habilidades na construção de navios de toneladas que navegavam por todo o mundo.
Curiosidades sobre as muralhas
Das muralhas, também podemos ver os telhados das casas, que foram renovados após os bombardeios durante a guerra de separação da Iugoslávia.
As muralhas, com uma largura de 3 a 6 metros, levaram três séculos para serem concluídas. Conseguimos ver as janelas das muralhas, que no passado abrigavam os canhões que protegiam a cidade.
Ao lado de uma das paredes, há o Bar Banje, de onde você pode dar um mergulho.
O mar azul, com temperatura de 35º, convida a vestir um biquíni ou sunga por baixo do shorts e camiseta para aproveitar essa oportunidade.
Cena de Amor na Croácia
E vocês não vão acreditar no que testemunhamos: um namorado pedindo sua namorada em casamento na muralha! Poderia haver um local mais romântico?
Entramos em um bar na muralha e nos refrescamos com uma limonada gelada.
Você ouve com frequência vozes de brasileiros ao fundo. Depois de dar a volta nas muralhas e tirar fotos do mar Adriático, caminhamos pelas ruas polidas pelos pés dos transeuntes.
Logo ao descer da muralha, encontramos uma das farmácias mais antigas, datada de 1317, localizada dentro do mosteiro franciscano de Dubrovnik, uma visita imperdível na cidade.
No interior do mosteiro, há um belo pátio gótico que vale uma foto. O ingresso que compramos para a muralha também dá direito a visitar este local.
Ao lado, temos a Igreja de São Salvador, onde podem ocorrer apresentações musicais.
Curisodidades sobre a Fonte Onofrio
Em frente ao mosteiro, encontra-se a fonte de Onofrio, construída em 1438, com um aqueduto que ligava o rio de Dubrovacka ao interior da cidade por vários quilômetros.
A construção poligonal tem 16 faces, das quais jorra uma água geladinha. No calor do dia, foi um alívio jogar uma garrafa de água na cabeça!
Na época, as pessoas que entravam na cidade eram convidadas a lavar as mãos para diminuir o risco de doenças como a peste.
Mega Dica? Guardem as garrafas vazias para enchê-las nessa fonte durante o passeio.
As ruas de Dubrovnik são claras, com prédios de janelas verdes, restaurantes e lojas de lembranças, muitas com símbolos da série Game of Thrones.
No final da avenida principal, podemos ver a torre do relógio, com estátuas que tocam a cada hora.
Olhando da entrada, à esquerda do relógio, há uma construção com algumas estruturas góticas que funcionava como mercado. À direita, encontra-se a Igreja de São Brás, padroeiro da cidade, que avisou os cidadãos de Dubrovnik sobre uma intenção de invasão de Veneza.
Adoro entrar nas igrejas de outros países e agradecer por tudo o que recebemos, principalmente saúde e paz.
Palácio do Reitor
Próximo a esse local, temos o Palácio do Reitor, onde está a estátua de Miho Pracat (lê-se “Pradzat” segundo uma moradora local), que viveu em 1522 e foi o único homenageado com uma estátua nesse prédio.
Ele foi um exemplo de resiliência, indo à falência duas vezes ao pedir empréstimos para construir navios, tendo sucesso apenas na terceira vez, e, no final, doou tudo ao sistema público.
O reitor precisava morar no palácio durante 30 dias, esquecendo as preocupações pessoais e focando no bem comum.
Comprei de lembrança algumas pulseiras e um trono do Game of Thrones para o meu filho.
É impossível não dar uma olhadinha nas lojinhas. Caminhando mais um pouco, você consegue ver os barcos e negociar um aluguel.
Façam um passeio de barco e contemplem a Croácia com outro olhar!
Fizemos um passeio de barco no dia seguinte, durante duas horas, para conhecer a cidade sob outra perspectiva. O mar azul e as cavernas que permeiam a costa refletem essa luz na água, adquirindo a cor azul (a famosa Caverna Azul).
Uma dica importante para quem tem snorkel, máscara e pés de pato: arranjem espaço na mala para eles, em qualquer viagem. Vale a pena, na minha opinião, sacrificar esse espaço na bagagem.
Como tenho asma e a água pode estar gelada, outra dica é levar um broncodilatador ou salbutamol aerosol, se você costuma usar.
Na volta, compramos cerejas em geléia e azeite de oliva como lembranças (amo as compras de ingredientes locais).
Seguindo nossa jornada na Croácia pelo Cruzeiro
Outra parada do navio foi Zadar.
Descemos junto ao Greeting the Sun, onde as pessoas ficam para ver o pôr do sol. Somos agraciados com o som da água do mar entrando em tubos submersos no Órgão do Mar planejado pelo croata Nikola Basic que produzem sons semelhantes a um órgão enquanto admiramos a paisagem
Entramos na cidade e pudemos ver construções de Roma passeando pela rua. Logo perto das ruínas romanas podemos ver a Igreja de São Donato que foi construída no séc IX, sua arquitetura permite apresentações de música clássica.
Alugamos uma bike por 10 euros por 4 horas e fomos conhecer as praias.
Vá de biquíni ou maiô por baixo da roupa porque um mergulho durante o trajeto é irresistível; levamos uma maçã e um sanduíche também.
Uma dica é levar uma sapatilha que usamos quando mergulhamos em cachoeiras porque não tem muita areia; as pedrinhas podem machucar ou incomodar os pés (fomos a duas praias, uma delas de Kolovare com ducha e local para trocar de roupa).
Não se esqueçam de anotar o local que vocês alugaram as bikes porque como tem várias entradas as vezes você pode demorar para devolver e pode ter que pagar a mais
Próxima parada: Split, ainda na Croácia
Split foi a próxima cidade que visitamos.
Descemos em Split e logo pegamos um táxi para Trogir. A avenida principal (Riva) com grandes palmeiras e seus prédios clarinhos ao longo do mar, dá um charme ao local. Visitamos o castelo do Kamerlengo construído em 1420 nos dá uma vista muito bonita.
Passear entre as estreitas ruas e de vez em quando ver monumentos, dar uma paradinha para tomar um refresco é muito agradável.
Voltamos para Split e entramos pelo portão de Ouro , ao norte do palácio de Diocleciano, protegida pela imponente estátua de Gregório de Nin (Grgur Ninski), do croata Ivan Meštrović.
Dizem que se esfregarmos o dedão do pé esquerdo do gigante, o ato não só traz sorte como também faz com que a pessoa retorne logo à cidade.
Algumas áreas internas do palácio precisam de ingresso para entrar (comprarmos para a Igreja) e a venda de ingressos fecha no período do almoço.
Também tem uma Riva que é a avenida principal cheia de palmeiras que dá para o mar cheia de restaurantes e lojas.
Os prédios também são claros e as ruas brilhantes de pedras enceradas pelo tempo sem lixo no chão
Próximo destino: Kotor
A próxima parada foi Kotor em Montenegro, que é muito mais linda do que eu imaginava.
Logo ao chegar já pegamos um mapa no balcão de informações e fomos a fortaleza de Kotor.
Depois de cruzar as ruas da cidade e com alguns gatinhos lindos pelo caminho (a cidade é famosa por ter muitos gatos) , chegamos ao começo da subida onde tivemos que pagar um ingresso.
Depois de uma subida de 25 minutos com vários degraus você chega ao topo com uma vista linda (é bom levar água).
Com montanhas altas e fiordes cobertos por vegetação verde, é impossível resistir à ideia de alugar uma bicicleta para explorar as praias da cidade, que ficam no lado oposto ao teleférico.
Há poucos carros, o que torna o passeio muito seguro. Um conselho: leve roupa de banho para um mergulho e sapatilhas para caminhar sobre as pedrinhas até entrar na água.
Um sanduíche e uma maçã também serão bem-vindos.
Finalizando com a beleza da Costa Amalfitana
Finalmente a última parada foi a Costa Amalfitana.
Chegamos em Salermo e alugamos um barco para Amalfi e para Positano. Em Positano subimos as ruas estreitas e conseguimos ter vistas lindas.
Como os habitantes locais gostam de plantas e flores, você conseguirá lindas fotos com o mar e penhascos ao fundo
Em Amalfi subimos o morro e achamos incrível como alguém manda alguma encomenda ou consegue descobrir o endereço porque as ruas são muito estreitas com acesso somente por escadas, com as portas dando diretamente nas vias de acesso.
Os idosos devem fazer exercícios com frequência com os sacos de tomates e cebolas que eles carregam indo às compras na parte de baixo e tendo que subir as escadas.
Fizemos alguns mergulhos e a água estava quentinha! As águas da Croácia estavam mais frias.
Uma alternativa para essa viagem é alugar um carro e ficar dois a três dias em cada cidade alugando locais pelo AirBnB.
Cuidado ao passar pela Bósnia para ver se precisa de autorização e avaliar que algumas estradas na Croácia e Eslovênia precisam de selo para pagar o pedágio.
Se você for fã da série do Game of Thrones ver alguns episódios pode fazer você curtir mais alguns pontos turísticos.
Considerações Finais sobre nossa viagem a Croácia
Finalizamos nosso cruzeiro pela Croácia e Trieste com a certeza de que essa viagem ficará marcada em nossas memórias.
Cada cidade que visitamos nos proporcionou experiências únicas, desde as ruas históricas e arquitetura imponente até as paisagens naturais deslumbrantes.
Dubrovnik, com suas muralhas e atmosfera medieval, nos transportou para outro tempo, enquanto Trieste, com sua mistura cultural, nos encantou com sua história rica e seu charme cosmopolita.
As visitas aos castelos, catedrais e mosteiros, além dos passeios de barco, tornaram essa jornada ainda mais inesquecível.
Apesar do tempo limitado em cada destino, conseguimos absorver a essência de cada lugar, saboreando a cultura local, a gastronomia e as belezas naturais.
Voltamos para casa com lembranças preciosas e uma vontade imensa de explorar ainda mais as maravilhas que o mundo tem a oferecer. Até a próxima aventura!