A Albânia, com suas paisagens deslumbrantes e história rica, está rapidamente se destacando como um destino imperdível para ciclistas aventureiros. O país, que até então era fechado ao turismo, agora atrai ciclistas do mundo todo, seduzidos pelas suas estradas montanhosas, vilarejos charmosos e vistas de tirar o fôlego.
Uma das grandes vantagens da Albânia é sua diversidade geográfica. No interior, os ciclistas são presenteados com montanhas imponentes, rios de degelo e pastagens verdejantes, enquanto no litoral, o mar Jônico se estende em tons de azul cristalino.
Pedalar por estradas que serpenteiam entre montanhas e costa é uma experiência única, combinando desafio físico e paisagens deslumbrantes.
Tirana, a capital, é o ponto de partida ideal para explorar o país. Apesar de ser uma cidade moderna, a capital ainda guarda resquícios do período comunista, como os famosos bunkers espalhados pela cidade e pelo interior. Além disso, suas ruas são repletas de cultura, gastronomia e história, tornando cada parada uma imersão na rica herança albanesa.
À medida que o turismo cresce, o país vem investindo cada vez mais em infraestrutura para ciclistas, tornando a Albânia uma das rotas mais atraentes para o cicloturismo na Europa.
Com a ajuda de operadores especializados, como a Cycle Albania, ciclistas podem explorar desde vilarejos escondidos até as praias paradisíacas de Himare, passando por castelos medievais e estradas costeiras deslumbrantes.
A Albânia oferece um equilíbrio perfeito entre aventura e relaxamento. Seja subindo montanhas íngremes, explorando vilarejos tradicionais ou mergulhando nas águas cristalinas do mar, o país proporciona uma experiência inesquecível para quem deseja descobrir suas belezas pedalando.
E minha irmã (Andrea) que adora uma aventura, explorou esse destino, que vem ganhando o merecido reconhecimento no cenário mundial do cicloturismo.
Dica de ouro a saber sobre a Albânia
Minha irmã e meu cunhado amam passeio de bike, e se juntaram a um grupo de 30 brasileiros para essa aventura, o que eles não, sabiam era que lá praticamente não é aceito nem dólar, nem cartão de crédito.
Isso mesmo, na Albânia, embora o euro seja amplamente aceito, especialmente nas áreas turísticas e grandes cidades, o leke (moeda local) é a principal moeda de uso diário.
Portanto, é importante sempre ter algum dinheiro em espécie. O dólar não é tão aceito diretamente quanto o euro, mas pode ser facilmente trocado em casas de câmbio e bancos.
Em muitos lugares, como pequenos comércios e restaurantes locais, o pagamento com cartão de crédito não é comum, então ter leke ou euro em espécie é essencial para evitar contratempos.
Dia 01 – Explorando a capital da Albânia – Tirana
No primeiro dia, eles exploraram Tirana, a vibrante capital da Albânia, repleta de história e pontos turísticos únicos.
Um dos destaques foi o Bunker 2, que visitaram por fora. Esses bunkers, cerca de 170 mil espalhados pelo país, foram
construídos durante o regime comunista para proteger a população de possíveis ataques nucleares. Embora nunca tenham sido usados para essa finalidade, eles permanecem como importantes símbolos da história e do passado comunista do país.
Caminhando pelo centro de Tirana, eles descobriram vários marcos interessantes.
A Igreja Ortodoxa os impressionou com sua arquitetura, e o “castelinho”, que, na verdade, é uma vila charmosa cheia de lojas, os surpreenderam pela atmosfera acolhedora.
Outro ponto curioso foi um ônibus turístico convertido em loja, uma atração divertida e inesperada. Além disso, eles passaram por mesquitas e ruas repletas de vida, que mostravam o contraste entre o antigo e o moderno.
Uma experiência imperdível em Tirana foi provar o sorvete local!
A Albânia tem uma enorme produção de pistache, incluindo uma variedade rara e rosada. O sorvete de pistache foi um dos melhores que já experimentaram, tornando essa parada doce obrigatória para qualquer visitante.
Dia 02 – Pedalando de Tirana a Progradec (uma pintura chamada Albânia)
Dica extra: O caminho de bike até a Macedônia é realmente maravilho, porém, como é necessário atravessar a fronteira, é preciso levar o passaporte.
Dia 3: Pogradec-Korçë
Saindo do Lago Ohrid, eles subiram para um alto planalto cercado por montanhas.
Continuaram pedalando pelo desfiladeiro até que as colinas se abriram, revelando uma vasta planície e um mosaico colorido de fazendas individuais.
Chegando à cidade, eles tiveram a oportunidade de visitar o antigo mercado e suas charmosas ruas de paralelepípedos. O dia terminou com um agradável passeio a pé por Korçë.
Korçë, muitas vezes chamada de a “Paris da Albânia”, é uma cidade charmosa localizada no sudeste do país, próxima à fronteira com a Grécia. Esse apelido se deve ao seu ambiente sofisticado, arquitetura elegante e atmosfera cultural que lembram a capital francesa. Korçë é conhecida por sua rica herança histórica.
A cidade possui várias atrações, como a impressionante Catedral da Ressurreição de Cristo, uma das maiores igrejas ortodoxas dos Bálcãs.
Possuí também o Museu Nacional de Arte Medieval, que abriga uma coleção fascinante de ícones religiosos albaneses.
O antigo bazar, com suas lojas artesanais e restaurantes típicos, é um dos principais pontos turísticos, refletindo a vibrante vida local.
Korçë também se destaca por seus festivais culturais e gastronômicos, atraindo turistas interessados em experimentar a autêntica culinária albanesa, incluindo pratos típicos como o tave kosi e a bebida tradicional raki.
Sem dúvidas, a cidade oferece uma mistura única de história, cultura e charme, tornando-a um destino imperdível para quem deseja explorar o lado menos conhecido, porém encantador, da Albânia.
Dia 4: Korçë-Sotirë
Eles deixaram para trás o planalto agrícola de Korçë, subindo continuamente em direção às montanhas fronteiriças.
O caminho passava por uma paisagem de rocha estéril, intercalada com flores silvestres. Numerosos vales se estendiam à frente, enquanto eles subiam rumo ao coração das Montanhas Grammoz e atravessavam o Barmash Pass, a 1.159 metros de altitude.
Fizeram uma parada para almoçar em Ersekë, a cidade mais alta da Albânia, localizada a cerca de 1.000 metros acima do nível do mar. A estrada era maravilhosa, mas difícil de parar para tirar fotos. Eles gravaram vários vídeos, embora fosse impossível captar toda a beleza real da paisagem.
Ao final do dia, chegaram à fazenda Sotirë, um local tranquilo e encantador.
A fazenda estava aninhada em um vale sereno, cercada por todos os tipos de animais que uma fazenda familiar poderia ter. Após o check-in em um dos bangalôs arborizados, eles relaxaram nas lagoas de peixes, desfrutando de uma taça de vinho especial, feito com uvas cultivadas a 1.000 metros de altitude.
A tranquilidade do local e a simplicidade da vida na fazenda proporcionaram a eles uma experiência autêntica e inesquecível, imersa na natureza albanesa.
Dia 5: Sotirë-Bënjë
Eles começaram a subida de Sotirë até um planalto de florestas de pinheiros, cercado por picos elevados.
Antes de chegar à nascente do rio Vjosa, desceram pelo espetacular desfiladeiro de Leskovik. A emocionante descida de 17 km até Çarshovë foi repleta de belas paisagens. Seguiram a rota Corniche, passando acima do rio até chegar a Përmet.
Depois, chegaram à casa de hóspedes na aldeia de Bënjë, onde almoçaram. Após o descanso, continuaram pedalando por mais 4 km até as piscinas termais de Langarica e o desfiladeiro. Uma antiga ponte otomana do século XVI marcava o fim da estrada e o início das águas termais.
Talvez esse tenha sido o pedal favorito deles.
Embora fosse difícil escolher, este trajeto encantou a todos pelas montanhas enormes e o caminho banhado por águas de degelo. No meio do pedal, pararam em uma pequena vila rodeada por montanhas. Eles ficaram maravilhados ao ver que aquelas cenas de vilarejos entre montanhas, que costumavam assistir em vídeos de redes sociais, eram reais.
Para os mais aventureiros, havia a opção de caminhar até uma das piscinas mais isoladas, construídas pela população local a cada primavera.
O cenário envolvia um dos cânions mais magníficos da Europa, tornando o dia ainda mais inesquecível.
Dia 6: Bënjë-Gjirokastër
Eles seguiram pedalando pelo vale em direção a Këlcyrë, continuando até a confluência dos rios Drinos, e adentraram mais um desfiladeiro. À medida que avançavam, a paisagem se abria para uma vasta planície, revelando a cidade de Gjirokastër ao alto, à direita.
Gjirokastër, conhecida como uma cidade “museu”, talvez seja a mais bonita da Albânia.
Ao chegar, eles fizeram o check-in no hotel e seguiram para uma visita guiada pelas encantadoras ruelas de pedra, com seus edifícios de paredes brancas e casas tradicionais fascinantes.
Sem dúvida, essa foi a cidade em que eles mais se encantaram durante a viagem. Após subir um morro, visitaram o famoso castelo de Gjirokastër. A vila turística, com seu charme único, surpreendeu a todos.
Do alto do castelo, puderam desfrutar de uma vista espetacular da cidade e suas redondezas.
A experiência foi inesquecível, combinando história, cultura e paisagens deslumbrantes. Gjirokastër deixou uma marca profunda na memória do grupo, com sua atmosfera singular e beleza incomparável.
Dia 7: Gjirokastër-Sarandë
Eles começaram o dia com um transfer até o topo da passagem de Muzina, seguindo em direção a Sarandë. Esse foi o tão esperado momento em que deixaram as montanhas para se aproximar do litoral. A vista, sempre espetacular, acompanhava o caminho costeiro, com o mar à esquerda e as montanhas à direita.
Durante o percurso, fizeram paradas para café e almoço em locais deslumbrantes, com vistas de tirar o fôlego. A chegada a Sarandë, com suas águas cristalinas, foi o ponto alto do dia. Nada se compara à sensação de finalizar o pedal mergulhando nas águas azuis do mar Jônico, em um dia ensolarado.
Em Sarandë, a porta de entrada para o sul da Albânia, eles embarcaram em uma balsa rústica que os levou até Butrint, um dos mais importantes tesouros arqueológicos do país e Patrimônio Mundial da UNESCO. Em Butrint, as influências de várias civilizações antigas são claramente visíveis, tornando a visita guiada ao local uma imersão na história.
Após explorar Butrint, eles continuaram ao longo da costa, seguindo em direção ao norte, com vistas incríveis da ilha de Corfu ao fundo, encerrando um dia cheio de paisagens inesquecíveis e marcos históricos.
Dia 9: Himarë-Vlorë
Esse pedal foi, sem dúvida, o mais desafiador, mas também o mais espetacular da viagem.
Eles subiram gradualmente do nível do mar até 1.000 metros, atravessando florestas densas, desfiladeiros profundos e curvas fechadas. O trajeto foi variado, com mar azul, montanhas rochosas e sol, até que uma leve chuva no final deixou a experiência ainda mais divertida.
Após o almoço Parque Nacional de Llogara, eles começaram a descida em direção a Vlorë, prontos para uma tarde de relaxamento na costa jônica. O hotel em que ficaram estava localizado bem em frente ao mar, e, claro, todos aproveitaram para dar um último mergulho nas águas cristalinas.
Historicamente, essa região foi palco de importantes eventos.
Em 48 a.C., durante a Guerra Civil Romana, Júlio César desembarcou na praia vizinha de Palase com suas legiões. Ele cruzou as montanhas pelo Llogara Pass para perseguir seu adversário Pompeu. O local onde ele passou mais tarde foi nomeado Caesar’s Pass.
Por séculos, essa cordilheira isolou essa parte da costa do restante da Albânia, o que explica por que os habitantes locais mantinham mais conexões com Corfu e a Grécia por mar do que com o interior albanês.
Coisas que aprenderam na Albânia
Logo de início, entenderam que levar dinheiro em espécie é essencial, seja em euros ou leke. No interior, observaram muitas casas com parreiras nos quintais, além de oliveiras e pés de avelã ao longo das estradas. Para quem ama Nutella, a Albânia se destaca como o destino perfeito!
Curiosamente, a maioria dos banheiros não possui box ou rodo para retirar a água. Já em relação à alimentação, a dieta local é muito saudável, com pepinos, tomates, queijo coalho, berinjelas e pimentões. Entretanto, eles notaram que há pouca proteína na dieta. Durante toda a viagem, não encontraram carne bovina, apenas cordeiro, peixe e frango, com o último aparecendo em apenas uma refeição.
Ao longo do caminho, avistaram inúmeros bunkers, lembranças do passado comunista do país. Além disso, notaram que a Albânia, por ter saído recentemente do comunismo, ainda está se ajustando ao turismo, o que faz com que o atendimento em alguns locais seja um pouco frio. Entre as pessoas mais pobres, muitos ainda acreditam que viviam melhor durante o regime comunista, já que suas condições financeiras não mudaram muito desde então.
No interior, viram muitos carneiros e cabritos pelas estradas. Além disso, os albaneses parecem adorar gatos. Em uma loja, encontraram um homem acompanhado de seu gato sem coleira, que o seguia por toda parte, criando uma cena bastante fofa.
Durante a viagem, passaram por muitos castelos.
Nas grandes cidades, o trânsito é caótico, com carros estacionados de qualquer maneira. No entanto, os motoristas respeitam os pedestres nas faixas. Notaram também uma mistura curiosa de carros: desde Mercedes e Audi de luxo até modelos muito antigos e desgastados.
Em um outlet da Nike, encontraram preços altos, mas, como o foco da viagem era o ciclismo, não exploraram outras lojas. No fim, consideraram essa uma das melhores viagens que já fizeram.
Para quem busca aventura, eles recomendam explorar a Albânia de bicicleta, garantindo uma experiência completa e imersiva.